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Foto do escritorPr. Diogo da Hora

A PERGUNTA DEFINITIVA


Sem sequer percebermos, adotamos ditos populares que, outrora, foram pronunciados por grandes pensadores, apesar de suas origens. Um desses ditos, por exemplo, é a frase “somente um idiota responde uma pergunta com outra pergunta”, dita pelo aristocrata mexicano Senhor Barriga. A cada dia que passa, queremos pensar menos. Queremos que tudo seja mais fácil, mais simples. Queremos respostas prontas e fáceis para todas as perguntas difíceis que a vida nos apresenta. A verdade é que isso não é novidade. Nos dias em que nosso Senhor andou entre nós, pessoas o procuraram querendo respostas simples para a pergunta mais importante de todas: “que farei para herdar a vida eterna?” (Lc 10.25)


A resposta de Jesus certamente não agradaria ao Senhor Barriga. Ao invés de cumprir o protocolo judaico e responder ao mestre da Lei que era necessário cumprir os mandamentos e, assim, honrar aquele homem, Jesus lhe devolveu a pergunta (Lc 10.26). Assim, um diálogo se desenrola (Lc 10.25-37), no qual se revelou o que realmente estava no coração daquele homem que interrogou Jesus. A pergunta final do homem foi: “quem é o meu próximo?” (Lc 10.29), a qual Jesus respondeu contando a parábola do Bom Samaritano e devolvendo a pergunta ao mestre da Lei. Entretanto, essa pergunta retornou invertida e essa inversão faz toda diferença.


Para o mestre da Lei, importava apenas a si mesmo. Mesmo seu interesse de cumprir a Lei era apenas em favor dos que lhe eram próximos. A parábola do Bom Samaritano e a inversão na pergunta de Jesus nos mostra que a questão central não é quem está perto de nós, mas de quem nós estamos perto e de quem precisamos nos aproximar. Ao contrário do levita e do sacerdote que se distanciaram do homem ferido, o samaritano se aproximou do necessitado. Ao contrário dos bandidos que saquearam e abandonaram o homem ferido, o samaritano pagou sua conta, permaneceu a noite cuidando dele e lhe prometeu voltar.


Constantemente, perguntamos a Deus como podemos O servir. Perguntamos até mesmo quem é nosso próximo a quem devemos fazer o bem, sem nem perceber que fazer o bem a quem já é meu próximo é mera conveniência. Jesus não veio ao mundo por conveniência. Pelo contrário, ele se aproximou de nós quando ainda éramos seus inimigos (Rm 5.8, 10), pagou a conta de nosso pecado com seu sangue na cruz (1Pe 1.18-19) e prometeu voltar para nos buscar (Jo 14.3, 28). Aproximar-se, sacrificar-se e permanecer. Esses são três passos necessários para nos tornarmos próximos daqueles que precisam de nós. De quem Deus está pedindo que você se torne próximo?


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