“E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sob a tua palavra, lançarei a rede”. Lucas 5.5
Após uma longa noite de pesca malsucedida, Pedro e André estavam provavelmente exaustos e desapontados. Era manhã e eles já “penduravam” as redes quando Jesus ordena que lancem a rede uma última vez. Mas que diferença faria? — poderiam pensar. “O mar claramente não estava para peixe!” Talvez constrangido, Pedro concorda com o Senhor, porém não sem expressar um protesto sutil: “Mestre, somos pescadores experientes e não apanhamos peixe algum a noite inteira. Porém, já que insistes, sob a tua palavra lançarei a rede.” Desta vez, Pedro não confiaria em sua experiência ou habilidade, e nem mesmo em sua própria força para a realização do trabalho, senão unicamente na palavra de Jesus. Com um único arremesso ele apanhou mais do que o equivalente a uma noite inteira de pescaria bem-sucedida.
Esse episódio tem algo a nos ensinar sobre como viver em dependência de Deus. Em primeiro lugar, devemos reconhecer nossa incapacidade em nossa conduta diária. É necessário reconhecer que não controlamos as situações da vida. Quando reconhecemos que nada podemos fazer sem o Senhor, então nos tornamos imunes a frustrações causadas pela ilusão da autossuficiência. Podemos dizer com o apóstolo Paulo: “Quando estou fraco, então é que sou forte” (2Cor. 12.10) — porque a graça de Deus nos basta (cf. 2Cor. 12.9).
Em segundo lugar, o reconhecimento de nossa impotência requer um coração humilde. Humildade não significa considerar-se menor do que realmente somos, mas reconhecer quão pequenos e fracos de fato somos. Somente com humildade, tendo o nosso idolatrado eu lançado ao pó, é que Deus demonstra seu amoroso favor e auxílio (cf. 1Ped. 5.6–7). Afinal, os fortes não precisam de ajuda.
Por último, aprendemos que precisamos confiar na Palavra de Cristo. Sincero ou não, Pedro demonstrou a atitude correta: “sob a tua palavra lançarei a rede.” Quando nossos objetivos são frustrados e já não sabemos o porquê das coisas, podemos continuar na força e esperança que advém das promessas de Deus. A ansiedade gerada por incertezas e inseguranças da vida pode até brotar no coração do crente, mas não tem poder para dominar a mente daquele que confia na Palavra do Senhor.
Temos todas as promessas de Deus a nosso favor. Precisamos apenas confiar, orando para o que o Senhor “aumente a nossa fé” (Lucas 17.5)
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